Texto de Ana Beatriz Garcia - foto Éder Azevedo (Jornal da Cidade de Bauru)
"À nossa amizade, que seja eterna". Foi com essa frase, repetida por três vezes no último encontro as Assistentes Sociais Sempre, que Célia Martins, mais conhecida como dona Celinha, despediu-se das amigas do grupo.
Bauruense, uma das primeiras professoras do curso de serviço social na Instituição Toledo de Ensino (ITE) morreu nos primeiros minutos dessa quarta-feira (8), aos 94 anos, por complicações em decorrência da idade.
Dona Celinha formou-se em serviço social na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Aposentou-se do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, apaixonada por sua profissão, com as colegas deste trabalho, criou, em 1998, um grupo que se reúne em toda segunda quarta-feira do mês para jantares e conversas.
"Ela não perdia esses encontros. Hoje (nessa quarta), teríamos mais um. Mas foi no último que, como se soubesse da despedida, ela brindou dizendo que nossa amizade seria eterna. E será", afirma a amiga e participante do grupo, Sônia Maria Esgalha Tavares.
Lembrada pela bondade e alegria contagiante, a assistente social não se casou e nem teve filhos, mas jamais esteve sozinha. "Ela também nos criou. Nos ensinou muitas coisas e cuidou de nós. Sentiremos muita falta da alegria dela", comenta, emocionada, a sobrinha Claudia Martins.
POETIZA
Encantada não só pelo serviço às pessoas, mas também pelos versos, dona Celinha escrevia desde a adolescência por influência da avó paterna, que gostava muito de poesia. Em comum, seus escritos e pensamentos retratavam suas memórias de vida e viagem, flores, dias de sol, borboletas e muitas cores, principalmente, o azul do céu.
Em entrevista ao Jornal da Cidade, em 2015, Celinha afirmou que as amizades, o apoio e cuidados que recebeu da irmã e sobrinhas foram seus aliados para vitalidade. "Tive uma vida muito feliz. Também porque tenho amigas muito boas", afirmou, na época.
Com homenagens de amigos e parentes, o enterro ocorreu na tarde dessa quarta-feira (8), às 15h30, no Cemitério da Saudade. Célia Martins deixa três irmãos e oito sobrinhos.
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